Site icon Crónica3.com A Mariña

Garzón frente ao espelho





“Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse” ( Martin Niemöller)

Rios de tinta correm nos meios de comunicaçom espanhóis auspiciados polo sector progressista da burguesia em defesa do mediático Garzón. Dezenas de intelectuais, artistas, escritores, políticos … clamam ao céu para apoiar o labor do juiz do tribunal especial da Audiência Nacional. Muitos dos seus valedores actuais paradoxalmente forom duros detractores do mesmo nom fai muitos anos.

O juiz será sentado no banco dos acusados do Tribunal Supremo pola extrema-direita espanhola para responder por presunta prevaricaçom por pretender investigar os crimes do franquismo considerando aos mesmos como crimes contra a humanidade e polo tanto imprescritíveis.

A direita espanhola parece que tem decidido que o juiz estrela da Audiência Nacional já nom é necessário para o sequestro de direitos civis com o que periodicamente as distintas instituiçons judiciais espanholas castigam aos movimentos sociais existentes no Estado espanhol. Para desgraça de Garzón, vai-se ter que sentar em frente do monstro jurídico que ele colaborou a construir.

Para aqueles que desde posiçons pretendidamente progressistas respaldam a figura deste individuo parece apropriado achegar ao presente quando menos alguns dos túrbios episódios dos quais o juiz do antigo Tribunal de Orden Pública franquista foi responsável ou activo colaborador.

Remontando-nos à penosa operaçom “Garzón 92” devemos lembrar que na mesma se detivo a perto de 60 activistas cataláns no contexto da celebraçom das Olimpíadas Barcelona 92, muitos dos quais denunciarom sofrer duríssimas torturas. O juiz negou-se a investigar as dezenas de acusaçons de tortura existentes. Posteriormente o Tribunal Europeu de Direitos Humanos em sentença de 2 de Novembro de 2004 condenou ao Estado Espanhol por nom ter investigado os casos denunciados, Garzón era o responsável.

Som numerosos os casos de torturas que o senhor Garzón tem ignorado sem nem sequer dignar-se a investiga-los. Como exemplo, nom devemos olvidar o desprezo do juiz polos direitos humanos ante as denúncias do cidadao basco Josu Arkauz. Neste caso a Comissom Europeia para a Prevençom da Tortura reprochou ao mesmo nom tomar as “medidas repetidamente recomendadas”.

Podemos traer também a colaçom as declaraçons das “Maes de praça de Maio” em relaçom ao processo iniciado polo nosso juiz contra o jornal EGIN e a emissora de rádio de mesmo nome: “Repudiamos con todas nuestras fuerzas la operación policial y represiva ordenada por el Juez Garzón contra el Diario EGIN y la Radio EGIN. De la misma manera en que las Madres de Plaza de Mayo hemos agradecido al citado juez el procesamiento de los genocidas argentinos que ensangrentaron nuestro país, hoy tenemos la obligación de denunciar la conducta vergonzosa y vejatoria de esta persona”.

Assemelha também apropriado achegar as manifestaçons dum verdadeiramente digno jurista já falecido, Joaquín Navarro: “Garzón es un juez que se inventa casi todo. Lo que ocurre es que está actuando respaldado por el poder político y por el Ministerio del Interior. Garzón se permite el lujo de dictar autos de procesamiento o de prisión absolutamente fabulados, dando por demostradas vinculaciones orgánicas y funcionales de diversos sectores con ETA. Lo hizo en el caso de Xaki, asunto en el que está actuando de forma chulesca, y también en el caso de Ekin, inventándose eso de que es el frente político de ETA. También ha encarcelado a personas pacifistas o contrarias a la acción armada, como es el caso de Sabino Ormazabal y Pepe Uruñuela , a quienes conozco personalmente. Eso del frente político es una invención del Ministerio del Interior que el señor Garzón aplica de manera sistemática, sabiendo que sus decisiones, por injustas que sean, son impunes porque están respaldadas por el poder político. Lo mismo ocurre en el caso de AEK, al que seguramente considerará frente cultural de ETA. Sólo falta descubrir que hay un frente religioso de ETA o un frente veterinario. Esto es una caza de brujas que me parece alarmante e inquietante”

Entendo compreensível que com o bombo mediatico que se lhe está a dar ao caso, omitindo a verdadeira natureza de instrumento repressor deste indivíduo, muitas pessoas podam sentir de forma intuitiva solidariedade com aquele juiz que pretendia investigar os crimes do franquismo. Porém, para todas aquelas pessoas que verdadeiramente sintam repugnância por essa longa noite de pedra que assolou o nosso pais devem saber que existem na Galiza colectivos com fortes sançons económicas e ameaças de prissom por pretender limpar de simbologia franquista o nosso pais, que existem colectivos que luitam todo os dias polo levantamento das fossas de milhares de passeados, que nesta terra se julgou ao historiador Dionísio Pereira por estudar a repressom local no franquismo e daquela nom se ecuitavam acusaçons como “Vergüenza histórica” (Candido Mendez) ou “golpe brutal a la democracia (Jimenez Villarejo). E eu pergunto-me, que foi o que mudou?
Senín González

Exit mobile version